domingo, 12 de dezembro de 2010

Parte I - Texto Incabado - Nome não revelado.

A estrada era estreita, mal cabia a moça e seus novos pensamentos, pra facilitar, ela os tirou da cabeça e os colocou no bolso o que não sabia, é que seus pensamentos já haviam dominado seu corpo e que a estrada não era tão estreita assim, ela que se tornará maior.
Um pouco desconfortável com as novas possibilidades que seus pensamentos ofereciam ela resolveu abandoná-los ao virar a curva fez o rito de passagem; os tirou do bolso, observou-os por alguns segundos e os enterrou.

Ela andava cada vez mais rápida não olhava sequer um minuto pra trás. Ainda assim, sentia-se pesada, notou que havia mais alguns pensamentos que não a pertencia. Eles estavam guardados no bolso de trás pra tirá-los teve um pouco mais de dificuldade. Sem titubear, resolveu tirar a calça com pensamentos e tudo.

Languida, com suas pernas tortas, seguiu firme, convicta de que apenas os pensamentos que já conhecia eram suficientes para transformar sua trajetória em um caminho mais leve, assim, caminhou por alguns minutos até que percebeu que os botões de sua blusa estouravam sozinho. Por mais que tentasse contê-los, não conseguia, sentia-se confusa, perdeu o controle da situação, parecia que os botões tinham mais força que ela.

Cansada, rancou botões, blusa, tirou tudo. Ela corria, como nunca houvera corrido anteriormente pensava que os pensamentos desta forma não podiam mais alcançá-la.
O caminho que por sua teoria deveria ser ampliado diminuía cada vez mais. Seminua, coberta apenas por seus pensamentos antigos a moça paralisou, não sabia pra onde ir, não havia ninguém próximo para direcioná-la, e lá ficou por algum tempo.
O céu fechou, o que era dia se tornou tarde e logo noite, a moça percebeu que seus pensamentos antigos não ajudariam ela sair de lá, por instantes pensou que se pudesse experimentaria uma pequena dose do novo que havia sido oferecido, mas, ela não podia se movimentar estava paralisada junto as suas antigas certezas. No começo ficou assuntada, depois, sentiu-se confortável em sua posição.

Passaram se alguns dias, a moça seminua não conseguia mais se mexer, seus pés se integraram ao solo, seus cabelos como folhas de outono caiam sobre seus ombros, o corpo cansado e envelhecido pela ação do tempo mal conseguia se sustentar sozinho. Ela ficará irreconhecível, trazia nos lábios um sorriso duvidoso de uma certeza já não tão certa.

Naquela mesma estrada, Kilometros de distância outra moça seguia essa vinha nua como se estivesse nascido naquele exato momento, só não chorava, é como se tivesse deixado tudo que conhecia pra trás e fosse buscar o novo ou a si mesma (...). Em breve continuação.

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