domingo, 9 de maio de 2010

Uma reflexão.

Não conheço uma pessoa que nunca tenha ouvido: Nossa como você mudou, está tão diferente! Eu já ouvi pelo menos; não consigo nem enumerar, mas, sei que foram várias.
Esse questionamento vindo de algumas pessoas pra mim não faz sentido algum, de outras, faz muito e essa reflexão é endereçada a elas.
A questão de “estar” diferente sempre foi recebida como algo negativo, é como se tivesse a obrigatoriedade de ser quem sou sempre. Não tenho! Não preciso, não porque eu não quero, é porque eu não posso! Porque é impossível.
Nós, sejamos seres humanos, seres botânicos, animais enfim...seja de qual ordem pertençamos atuamos de acordo com estímulo dado, ora, se pisarem no meu pé com força eu grito! Se me derem um sorriso eu retribuo, se me derem um tapa instintivamente eu dou outro, senão me derem nada, certamente não receberão nada de mim.
Hoje, recebo esse “estar diferente” de forma positiva com menos culpa e mais leveza, recebo com a alegria da possibilidade isto é com a possibilidade do meu devir de minha mutação, transformação e absorção.
Se me é dado um determinado estímulo e por algum motivo ele é tomado, não tenho como agir da forma com agia antigamente.
A ausência deste estímulo me ajuda a me tornar outra pessoa, alguém que talvez nunca tivesse acesso, alguém que nunca pensei que pudesse ser.
Parece papo de maluco, daqueles sem pé nem cabeça onde se procura justificativas para explicar a falta de auto-conhecimento, onde se dá ao outro responsabilidade pelo que se é, parece né? mas, não é!
Acredito que ter clareza de quem se é, seja fundamental, talvez condicionante para percebemos o quanto mudamos. Não dá pra mudar o que não conhecemos. E nessa gangorra não somos somente nós que mudamos, foi a relação estabelecida anteriormente que mudou.
Qualquer relação necessita de no mínimo duas pessoas para acontecer senão, é qualquer coisa que não uma relação.
Há quem diga que a percepção do outro que mudou e não sua atitude para com o outro. Ainda que não concorde, respeito esse ponto de vista, mas, acho que cabe uma reflexão individual.
O que mais me interessa é o movimento causado pelo não estímulo ou por estímulos novos, é como se você fosse apresentado aos outros que habita em você, é com se fossemos múltiplos como uma peça do mosaico que só se torna mosaico à partir da proximidade com as outras peças quando soltas são só formas que não dizem nada a ninguém.
Creio que alguns estímulos ou ausência deles só aceleram o processo de mudança, pois, o movimento é constante, simples, lento e gradual, talvez esse “você mudou, tá diferente” seja um movimento de volta, um movimento para o meu eu, para o que eu me sinta mais confortável, pois, por mais que eu mude, o que eu era está gravado, não foi e não pode ser alterado, esta lá e me é conhecido.
É como se o mosaico que foi mapeado por mim estivesse recebendo uma peça ausente que se assenta e completa, até outro estímulo aparecer, até outro estímulo sumir, até outro movimento brusco acontecer, até outra reflexão surgir...

terça-feira, 4 de maio de 2010

Maio

Não escrevo no 1˚ de maio, mas, isso não tira a beleza do início do mês.
Pensei sobre o que escrever nesse início, são tantas as coisas que podia compartilhar, sim; podia! mas, não quero!
Resolvi poupar meus poucos leitores, afinal, todo começo requer novas possibilidades, novos olhares, novos ponto de vista.
Encontrei essa imagem dos gênios do grafitti (Os Gêmeos) de alguma forma ela diz muito sobre esse momento atual.
Às vezes, me sinto quem está na casa, outras tantas, me sinto quem leva a casa.
Dado momento quero que a casa que habito seja mais ampla, outro, quero que a casa que está em minha costas seja bem mais leve.

Então é isso. Bom início de mês!