domingo, 24 de janeiro de 2010

Amor, amigo!

Para ele, um momento de desejo e amizade.
Para ela, um momento singular e mágico.
Ele, se dizia responsável pelo carinho que ela o dedicava.
Ela, tentando preservá-lo de culpas, dizia que a culpa era sua; que andava carente mal resolvida, ou, contradizendo – se a toda hora, dizia que era um equivoco, que ela também não o desejara.
Ele tentando se justificar, ou em função da confiança que lhe despertara, contava sua vida suas experiências tristes...
Ela, fazendo – se de forte e sufocando suas respostas dizia que estava tudo bem, quando estava tudo indo muito mal.
Ele buscando a melhor forma de dizer “não te quero”, dizia não querer se envolver com ninguém. Disse não querer para mulher alguma, o sofrimento de um amor não correspondido que talvez um dia o experimentara.
Ela, queria dizer que o adorava, gritar o quão ele era importante.
Ele, se mostrava cada vez mais amigo, parecendo aos olhos dela, mais querido e maravilhoso.
Ela adorava isso nele, mas no intimo, talvez preferisse que ele a maltratasse para quem assim quem sabe, ela pudesse odia lo e maltrata – lo.
Mas, ele a dominava com sua doçura e a convencia, sutilmente de que só poderia oferecer –lhe uma grande amizade.
Ela, percebendo que não havia mais nada a fazer sentia – se crescer como amiga, mas, derrotada como mulher. Mesmo assim, acabaram por consolidar a amizade, quando, com a voz embargada
Ela lhe prometera, comunicar-lhe, quando estivesse curada.
Ele, se convenceu de que tinha que aceitar, o carinho que ela lhe oferecia.
E ela de que tinha que se contentar com a amizade que ele lhe tinha.
E se despediram quase que em silêncio.
Ele a pedir perdão por não sentir nada por ela.
E ela a se desculpar pelo grande amor que lhe destinara.

Observação: Esse texto está entre os meus escritos de 2002 porém, não me lembro de o ter escrito. Pode ser que alguém tenha me mandando eu gostado e guardado. Porém, não me julgo autora do texto justamente por não lembrar se o escrevi ou se o copiei.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Um Sonho...


Ás vezes não nos damos conta da importância de nossos sonhos. Eles, de certa forma estão conosco todas ás noites, ás vezes se manifestam nos deixando cansados, intrigados, confusos e com medo, ás vezes ficam lá perdidos na vastidão da mente e é bem provável que nunca serão descobertos.
De um tempo prá cá tenho prestando atenção nos meus, tarefa fácil, visto que a labuta diária tem ajudado na, não manifestação dos meus, mas, com a mente um pouco descansada essa semana tive um sonho curioso, talvez por ter vindo posterior a uma longa e esclarecedora conversa que tive com um amigo.
Meu sonho foi mais ou menos assim: Eu estava em um açougue com alguns amigos, por mais que pensem que eu não quero dizer o nome, na verdade eu não me lembro do rosto deles.
Um amigo estava na fila e dois outros garotos entram em sua frente. Eu, na tentativa de defendê-los falei: - Ei, a fila é lá atrás. Um dos garotos me olhou com indiferença e continuou. Eu o cutuquei e disse:- Você não me ouviu? Ele então sacou sua arma e apontou pra mim.
Em fração de segundos o tempo congelou e desse tempo só eu podia me movimentar,corri, procurei algum lugar para me esconder e o único lugar que encontrei foi o frigorífico, achei que era o melhor lugar pra ficar, e por lá fiquei.
Por mais que eu não tivesse um espelho pra ter noção de meu aspecto, tive uma tomada de consciência e consegui sair de mim e me observar por fora.
Meus pés não se moviam mais, minhas mãos gélidas, frias e sem vida não eram capazes de fazer mais nem um sinal. Meu tronco endureceu e meu sorriso congelou. Uma lágrima que ameaçava cair, não caiu. Ela ficou lá no limbo, entre a emoção da salvação e a certeza de um triste fim.
Minha imagem era terrível era o pior reflexo que podia ter de mim ou de qualquer pessoa; fria, inerte, sozinha e com uma série de parte de animais mortos congelados ao meu redor. É como se eu fosse um animal também. Um daqueles animais bem ariscos, talvez uma raposa, ou qualquer outro que corre solitário pelas savanas se defendendo de tudo e de todos lutando apenas pela sobrevivência.
Por mais que, externamente eu conseguisse me comparar com um daqueles animais que foram, criados, engordados e tratados para serem mortos, eu era humana, dessa linhagem da espécie humana sabe, essas que andam, comem... Alguém poderá me dizer, mas, os animais também comem,bebem e andam claro, mas, há sensações nos seres humanos que na espécie animal inexistem ou está em estudo.
Seres Humanos, se apaixonam, amam, pensam, choram, sentem e se lamentam entre outras tantas sensações.
Recordar disso me trouxe a luz, a clareza da sabedoria, da existência de que eu tenho um coração e ele, era o único que palpitava com dificuldades, mas, palpitava essa era a única centelha de vida que restava em mim.
Minha imagem externa se fundiu com minha imagem gélida e, aqueles movimentos que pareciam impossíveis começaram a se vestir de vida.
Meus pés com dificuldades convidavam os dedos para a aventura que era viver, o corpo todo foi tomado por essa energia, aquele medo que antes me apavorava derretia como o gelo e se afastava do meu corpo, por fim, consegui me reconhecer como gente novamente.
Saí do frigorífico e me coloquei diante daquele garoto que apontará a arma pra mim. Por mais que eu soubesse, por mais que eu tivesse certeza do que podia acontecer. Diante dele eu me coloquei.
O tempo retomou seu curso natural.
As únicas coisas que ouvia, eram gritos, choro e sofrimento, eu por minha vez tive novamente o privilégio de me desgrudar de mim.
A bala acertará em cheio meu coração, não tinha muito que fazer. Minha vontade era falar pra todos. Parem de gritar, não há muito que fazer, acabou! O que podia ser feito já foi. Essa foi minha escolha.
De lá fiquei por algum tempo me observando. Agora mais humana, com um sorriso largo no rosto, um vermelho vibrante jorrava de meu peito.
Antes de me despedir de mim, caminhei em minha direção: - As pessoas que estão me vendo, as pessoas que convivem comigo vão sofrer bastante ou um pouco, talvez chorem alguns dias, mas, elas vão acostumar a viver sem mim.
Enquanto minha imagem se acomodava naquele novo corpo, longe, o menino corria assustado, com medo, sem rumo. O outro permaneceu estático sem ação ficou lá, diante de mim observando a vida ir.

Por Renata Martins.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Hoje


Hoje, eu queria a zonzeira de três taças de vinho
Eu queria o chão, com um terno de linho
E que me protegesse como em um ninho.

Hoje, eu queria a dança do dançarino ausente
O canto do silêncio presente
E uma noite lilás sem estrelas.

Hoje, eu não queria uma noite sozinha
Eu queria as pernas trepidantes
O olhar do outro alucinante
E uma noite azul com estrelas.

Hoje, eu não queria estar assim
Sem sentir saudades de mim
Uma volta sem ida pra mim
Hoje, enfim...

sábado, 2 de janeiro de 2010

Escrita

Sempre que pensava em ter um blog, pensava em minha pouca intimidade com a escrita. Por mais que ele [O blog] passasse desapercebido e que a divulgação não fosse viral, algumas pessoas sempre lêem.
Escrever é uma forma de se despir para algumas pessoas. Claro, o ato de ficar nú pode ser prazeroso como também pode ser ultra constrangedor. Ainda mais quando não se tem o poder de escolha; a pessoa, o dia, e horário em que cansados de nós mesmos rasgaremos nossas roupas e sacudiremos nossas carne para um estranho solitário.
Ainda sobre a escrita tenho percebido que meus maiores erros gramaticais, ortográficos ou de grafia se dão pela fulgacidade da escrita, não paro,não leio, não corrijo.Claro, utilizo isso como desculpa pra engolir alguns "s" vírgulas e acentos. Pois, elas são salpicadas no texto da mesma forma que as tiro da cachola.
Escreverei de forma que eu compreenda e quando der, tentarei melhorar para que o outro entenda também. Brincadeira, penso que a prática na escrita irá ajudar a melhorar o que já detectei mas não será minha preocupação primária.
Penso em escrever pra me organizar, entender, compartilhar enfim, não tenho um tema específico, tenho uma vontade específica que é a escrita.
As redes sociais as quais eu faço parte tem limitado o campo de reflexão, com poucos caracteres tenho exercitado o poder da síntese mas preciso de um espaço maior e foi ai que surgiu a idéia. Enfim...esse é o início do Blog Tapete empoeirado. Muita coisa ha de sair quando o tapete for sacudido. O que fazer com os achados? Não sei! Ao longo desse processo de entendimento descobrirei melhor como lidar com tudo isso. Então é isso. Pra não perder a prática. Vamos que Vamos.